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Conheça o legado de Aaliyah

A indústria musical não para e é natural que artistas novos que estejam fazendo sucesso atualmente tenham mais espaço na mídia e na boca do povo, afinal, são os seus lançamentos que estão tocando nas rádios e aparecendo nas principais listas e charts do mundo.


Seguindo essa onda de que a novidade é sempre mais importante, alguns artistas se perdem em meio a diversos novatos e acabam não tendo a devida atenção que deveriam e mesmo realizando mudanças importantes no cenário musical da sua época, Aaliyah é um desses exemplos. Em meados dos anos 90, ela surgiu no auge de seus apenas 15 anos e revolucionou a forma de fazer R&B criando tendências que são seguidas até hoje por artistas como Alicia Keys e Normani.


No post de hoje vamos entender como Aaliyah, tão jovem e com uma carreira relativamente curta, revolucionou a forma de se fazer R&B.


A primeira aparição de Aaliyah foi aos 12 anos ao participar do programa Star Search, mesmo programa que apresentou nomes como Christina Aguilera, Britney Spears e Beyoncé pelo grupo Girl's Tyme. Como todas citadas acima, Aaliyah também não saiu vencedora do reality, mas a participação lhe rendeu o contrato com a gravadora Jive Records e já se iniciaram os trabalhos com o produtor R. Kelly (infelizmente foi ele mesmo) para a produção do seu primeiro álbum de estúdio.


Em 1994, “Age Ain't Nothing But a Number”, o seu primeiro álbum de estúdio foi lançado e a crítica rasgou elogios afirmando que se tratava de um "trabalho lindamente contido" e os "vocais doces e ofegantes de Aaliyah percorrem calmamente pelas batidas forte de R. Kelly".

Já em 1996, Aaliyah retornou com o “One in A Million”, seu segundo álbum produzido por Timbaland e Missy Elliott, que na época eram novatos no ramo musical. O álbum fez um sucesso estrondoso, chegando a consolidar Aaliyah como a princesa do R&B e Timbaland e Missy Elliott se tornaram os produtores mais requisitados do Black Music americano. O sucesso da era rendeu 6 singles, Aaliyah se mostrou uma artista completa, com vocais perfeitos, coreografias, presença de palco, looks icônicos e atitude.


Após o sucesso de seu segundo álbum, Aaliyah se dedicou a sua carreira no ramo do cinema, iniciando com uma participação na trilha sonora do filme Dr. Doolittle na faixa “Are You That Somebody?” que fez um extremo sucesso na época. Aaliyah também participou de filmes como Romeu Tem que Morrer, onde a cantora participou do desenvolvimento da trilha sonora e lhe rendeu um #1 na Hot 100 com “Try Again".


Aaliyah, terceiro álbum e auto-intitulado, foi lançado em março de 2001, debutou na segunda posição da Billboard 200, vendendo mais de 187,000 cópias em sua primeira semana. O primeiro single do álbum. Mas não houve tempo suficiente para divulgá-lo, pois cinco meses depois Aaliyah faleceu em uma acidente aéreo que levou a vida da estrela e de toda a sua equipe que a acompanhava.


Aaliyah é creditada por ajudar a redefinir o R&B, pop e hip hop nos anos 1990, "deixando uma inapagável marca na indústria da música como um todo." De acordo com a Billboard, ela revolucionou o R&B como a sua mistura abafada de pop, soul e hip hop. Numa análise feita em 2001 sobre seu terceiro álbum, Rolling Stone declarou que o impacto de Aaliyah no R&B e no pop vinha sendo enorme. Steve Huey do AllMusic escreveu que Aaliyah está entre os artistas da elite do gênero R&B, tendo em vista que ela "teve um papel de grande importância ao popularizar a produção futurística e balbuciante que consumiu o hip-hop e o soul urbano em meados dos anos 90." O crítico Bruce Britt afirmou que ao combinar "o charme de garotinha com um toque urbano, Aaliyah ajudou a definir o som jovem que resultou em fenômenos do pop contemporâneo como Christina Aguilera e Destiny's Child.


Descrita como uma das artistas mais importantes do R&B durante os anos 90, seu segundo álbum de estúdio, One in a Million, se tornou um dos álbuns de R&B mais influentes da década. O crítico musical Simon Reynolds citou "Are You That Somebody?" como "o single pop mais radical" de 1998. O The New York Times escreveu que, ao invés de ser o foco principal da música, Aaliyah "sabia como desaparecer dentro da música, como mesclar a voz dela a linha do baixo", e consequentemente "ajudou a mudar a forma que a música popular soa; as músicas com batidas inquietas do Destiny's Child têm uma dívida clara a 'Are You That Somebody?'." A publicação musical Popdust chamou Aaliyah de uma inesperada rainha do underground devido a sua influência no cenário da música alternativa.


A MTV Hive mencionou que é fácil encontrar a sua influência em movimentos como dubstep, indie pop e R&B lo-fi. Erika Ramirez, uma editora da Billboard, disse que na época da carreira de Aaliyah "não haviam muitos artistas usando os vocais suaves que ela estava usando, e agora você vê vários artistas utilizando essa técnica e encontrando sucesso". Ela afirmou que o segundo álbum de Aaliyah, One in a Million foi "muito a frente de seu tempo, com o baixo e o sons de R&B eletrônico que eles produziram", referindo-se aos colaboradores Timbaland e Missy Elliott. Com vendas de 8.1 milhões de cópias nos Estados Unidos e uma estimativa de mais de 34 milhões de cópias mundialmente, Aaliyah adquiriu os apelidos de "Princesa do R&B" e "Rainha do Pop Urbano", tendo em vista que ela "provou ser uma musa no seu próprio mérito". Ela também é citada como ícone do R&B e do pop por seu impacto e contribuições aos respectivos gêneros.


A Billboard incluiu ela na lista de 100 Melhores Artistas de Vídeo de Todos os Tempos, explicando que ela "mesclou a coreografia suave com o estilo tomboy que iria inspirar as futuras gerações do R&B nos anos seguintes." Há uma crença contínua de que Aaliyah teria alcançado um sucesso maior se não fosse pela sua morte. Emil Wilbekin mencionou as mortes de The Notorious B.I.G. e Tupac Shakur em conjunto com a dela e adicionou: "O terceiro álbum dela lançado e seu futuro papel na sequência de Matrix poderia ter feito dela a próxima Janet Jackson ou Whitney Houston". O diretor de A Rainha dos Condenados, Michael Rymer, disse sobre Aaliyah: "Deus, aquela garota poderia ter ido tão longe" e falou sobre ela ter "tanta claridade sobre o que ela queria''. Nada a impediria. Nenhum ego, nenhum nervosismo, nenhuma manipulação. Nada iria parar ela."


Recentemente, houve um acordo entre a família de Aaliyah e a sua gravadora, e os seus trabalhos estão sendo disponibilizados nas plataformas digitais. Também como forma de recordação dos 20 anos de seu falecimento.

 
 
 

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